martes, 12 de febrero de 2008

E tomar banho de sol

Kaixo, meu povo!

Acabaram-se as provas, os trabalhos. Chega ao fim o nosso primeiro semestre.
Depois de 5 meses fora de casa, começamos a aproveitar as coisas turísticas que sempre nos rodearam, mas que nunca pensávamos em ir. Sempre procurávamos lugares mais conhecidos, paises, cidades que constatavam nos guías turísticos. Depois de conhecer Itália e Paris, e descobrir que o melhor dessas viagens é, realmente, pequenas coisas, lugares e momentos que nunca poderíam compor um guía dos melhores lugares visitados do mundo.

Na quinta, entediados com a vida em casa, na frente do computador, esperando que os baianos se recuperassem do carnaval para poder entrar no msn, eu, Flavinha e Matheus saimos de Bilbao rumo a costa vasca, mais a direita de Mundaka, a famosa praia onde todo ano acontece o campeonato mundial de surf. Nosso destino era Lekeitio.

Em todas as fotos de sites e folhetos sobre as praias de Bizkaia, sempre aparecia essa tal de Lekeitio, sempre com a foto de um porto de barquinhos, todo amontoados, branquinhos, vermelhos, coloridos, ao fundo seus prédios estilo europeu e um céu azul dando as caras. Mas quando descemos do ônibus, não espera encontrar muita coisa. Primeiro que a cidade não tinha um pé de alma, e o caminho da parada de ônibus até a praia parecia qualquer outra cidade, menos a da foto.

E sempre me surpreendendo! Bem caminhamos, bem chegamos a orla da cidade. E era do mesmo jeito. Mais bonita até pelo sol mais esplendoroso do que o das fotos. Um clima bom que parecia ser realmente melhor que o das fotos. E umas imagens que, mesmo sem câmera, eu sabia ia ser fotos na minha cabeça. Passaria hora fotografando cada detalhe daqueles barcos, das suas cores diferentes que formavam como um um mosáico entre o mar, os barcos, seus prédios e o grande azul do céu.

O melhor de Lekeitio, fora a sua própria cidade, é que foi a primeira cidade do País Vasco em que estive que a maioria dos seus habitantes (os pouquíssimos que deram as caras na rua) falavam euskera. Chega nos dava medo de precisar perguntar alguma informação e ser rechaçado por isso. Achei até interessante, porque vi um lugar de verdadeira identidade vasca. Velhinhos que usavam suas txapelas e falavam seu idioma que mais parece um japonês menos agressivo. Crianças gritando ama (madre em euskera) e aita (padre), e falando frases enormes em vasco. Eram tão pequenas que a gente achava que elas eram super inteligentes por falar uma língua dessas.

Gostamos do passeio. Tanto que no sábado resolvemos explorar agora Getxo, a cidade que fica defronte a Santurtzi, a cidade que a gente vive, só que em margens opostas do rio Nervión. Saimos de Santurtzi e fomos a pé a Portugalete para atravessar a Puente Colgante - uma ponte velha, que tem um barquinho pendurado na parte mais alta da ponte. Andar nessa ponte me lembra muito as idas e vindas de ferry-boat pra ilha de Itaparica, porque na ponte entram pedestres e carros.

Já em Getxo, na região de Areeta, resolvemos dar um passeio pela cidade e conhecer a orla. Fomos da área de Areeta-Las Arenas até a ponta da praia de Getxo, de onde a gente podia ver a Punta Galea, a ponta mais norte da Gran Bilbao.

Getxo é encantadora, apesar de extremamente elitizada. Agora a gente sabe que a elite bilbaína saiu do centro da cidade rumo a orla de Getxo e ocupou a região, construindo prédios bem estilizados, europeus, que lembram a Riviera Francesa (nas fotos, óbvio) ou o que deve ser Barcelona. São sobrados que sempre presam por detalhes arquitetônicos, que têm um charme - como diria uma boa revista sobre arquitetura. Com um bom dia de sol, deu pra sentir calor, tomar sol de calça jeans e tomar sorvete.

Sem desistir do nosso fim de semana "passeios raros", aceitamos o convite de Flavinha e trocamos subir o Funicular de Artxanda, para ver toda Bilbao, para fazer o caminho do "calçadão" de Bidezabal até a praia de Sopelana. Todo caminho é por cima de uma costa e provalvemente tem uma vista muito mais impressionante do que a que veria em Bilbao. Um mar azul nos acompanhava e um bem arrumado, bem arejado e ambientado calçadão nos esperava. No fim das contas, andamos quase 6 km e nem conseguimos chegar ao ponto final. Ainda entramos em bosque que possivelmente "A Bruxa de Blair" poderia fazer o seu número 3 ou 4.

E chegamos em casa mortos, cansados! Nada melhor que uma boa comida pra acalmar os músculos e o estômago. Que venha a comida de brócolis e os pimentões recheados! Depois, Heroes, dentes e cama.

Nada melhor do que não planejar um passeio!
Que venham mais!!

Bai?
Aguuuur!

1 comentario:

Unknown dijo...

To apaixonada haha!
Queeeeeero falar euskera taambeem hahaa!