miércoles, 21 de noviembre de 2007

Apois...


Como o tempo tem passado rápido. Chego me perco na hora de comecar a contar qualquer coisa que tenha, no mínimo, 5 dias passados. Pois entao, a 2 semanas atrás perdi minha carteira no ônibus. Culpa das calcas folgadas... E quem me conhece pode me chamar de lerdo, de avoado, o que for. Mas dessa vez, a culpa vai pras calcas folgadas. Simplesmente caiu do meu bolso, quando eu e Nina estávamos a caminho da aula de danca vasca (sim, eu conto depois...). O desespero que bate quando voce perde tudo que pode te identificar num país completamente distinto do seu é terrível. Perder a carteira no Brasil é fácil... Acorda-se as 6h da manha do outro dia, pega a fila do SAC, e "ya está". Mas quando se é imigrante, nao.

Voce comeca a pensar que, se algum policia de pára na rua, pede algum documento que te identifique, que comprove a sua legalidade no país, voce só tem uma simples xerox do passaporte. Que nao quer dizer grandes coisas, quando se tem um mundo de falsificacoes por aí. E diante disso, nada pra fazer. Mas o que me confortou a todo momento é que desde o policial da esquina até o motorista do ônibus me diziam: calma, uma hora ela chega. Pra quem vive no Brasil, e que tá acostumado com bate-carteiras e um abraco, me parecia um tanto estranho ter alguma esperanca. E foi sem esperanca alguma que ela me apareceu ontem, como se tivesse esperando a minha chamada para o servico de objetos perdidos da linha de ônibus de Bizkaia. Uma coisa é mundial: o dinheiro, neca. Porque seria muita inocencia pensar em achar 70€ intactos na carteira, mesmo que esse meio mundo de gente que pedia pra eu ter esperancas dissesse (meu deus, como se escreve isso? nao sei mais escrever portugues) que havia chance do dinheiro estar por lá.

Entretanto, antes da carteira aparecer, rolou muita coisa. Rolou a festa de conjunta de Nina e Tici, no salao de festas da residencia universitária onde mora a francesa Amandine. As meninas decidiram fazer uma festa junina fora de época. Pois entao, fizemos. Com direito a bandeirolas, correntes, baloes, tudo de revistas cortadas, penduradas pelo salao. A intencao era fazer tudo bem tipico, mas as comidas eram o grande problema. Armengamos, entao. Aproveitamos a farinha de milho que minha mae mandou por correio e fizemos cuscuz como pestico: com manteiga e com leite de coco improvisado (leite+coco ralado). Compramos amendoin (como se escreve amendoin/m mesmo? to com medo!) seco, porque por aqui nao se vende amendoin (?) normal. Fizemos brigadeiro e beijinho (o povo fica looooouco com brigadeiro, e chamam de bombom brasileño) e as velhas azeitonas e batatas Lays, pros que poderiam achar estranha toda essa combinacao.

Foi divertidissimo quando eu, Nina e Tici resolvemos nos pintar pra tentar fazer uma quadrilha. Quando saimos do banheiro, eu com barbas e dentes "podres", as meninas com trancas, batom vermelho-impossível, bochecas vermelhas com pintas, o povo nao se deu. E saimos pintando tudo quanto era gente. Teve gente que ficava com nojo dos nossos dentes, e faziam caras de "meu deus, que povo estranho!". Improvisamos uma quadrilha, mas nao era nada fácil falar coisas como "olha a chuva", "damas comprimentam os cavalheiros" traduzidas pro español. Nesse dia, foi o dia mais frio de Bilbao. Saimos todos encapuzados até o último fio de cabelo existente. A fumacinha que saia da boca, que antes era bem singela, saia como um rojao (beeem filmes em nova iorque). Os termometros chegaram aos 4º ou 3º durante o dia, e na volta pra casa, mesmo com vinho, que geralmente é uma boa solucao para o frio, sentiamos tuuudo dormente. O nariz congela de um jeito que nao se sente nem ao menos a coriza escorrendo (hahaha, otimo exemplo). Terrível. Na volta, os termometros marcavam -1º!

Depois do momento festa, na semana da festa e até agora, finalmente estamos tendo trabalho na faculdade. Finalmente, sinto que estou "estudando", apesar de ter só coisas práticas pra fazer. Na disciplina que nós três pegamos chamada Producción y Realización Audiovisuales, matéria de 4º do curso de Audiovisual daqui (ou seja, eles fazem curtas só no último ano), temos que fazer 3 ou 4 curtas e um programa de estúdio. O primeiro, já fizemos. Cada um de nós caimos em um grupo diferente, e cada um fez coisas completamente diferente do que queriamos. É complicado dar pitacos em trabalhos com o povo daqui, quando eles tem uma mesma ideia do que fazer, do que gravar... Essa semana, comecamos a gravacao de outro curta que concorre automaticamente em um concurso de curtas produzido pelo País Basco, o Nontzefilm - ou seja Noche Film em castellano.

Estamos os 3 em um mesmo grupo, junto com uma menina da Catalúnia que faz "intercambio" nacional por aqui, e uma vasca que mora numa cidadezinha da Cantabria. Nossa ideía saiu bem louca, que até me preocupava na execucao de tao teatral e muito danca contemporanea. Passamos a semana gravando imágens nas ruas de Bilbao que simbolizassem um automatismo da modernidade, para poder brincar com essas imagens em uma projecao com um ator tentando se livrar dessas "coisas". E foi um sofrimento fazer isso. Saimos de Bilbao para Santander, gravar em um teatro com o namorado de Garazi, a vasca. Foram dois dias de estresse, trabalho intenso, discussoes em cima de discussoes, e até de um certo desanimo, pelos estresses que tivemos com Garazi. Mas até que sairam algumas imagens legais. Trabalho vai ser agora a edicao. Espero que ela salve tudo isso. 2000€ estao em jogo!! Hahahaha

Ontem, chegaram em Bilbao Veka Sá, Driu, Maisa e Carol, prima de Driu. As tres primeiras faconianas aproveitando o pulo de Maisa dos "esteites" direto para España. Foi engracado conversar com as meninas e perceber a visao que elas tem quando chegam em Bilbao, de que é muito desconexa de tudo que elas conheceram da España. Como conheceram muito cantos do país, perceberam que todos os outros lugares têm uma coisa em comum, que permite dizer "é, eu tô na España" e que nao perceberam isso por aqui. Acho que é esse sentimento de País dos vascos, essa coisa de colocar o Euskal Herria (como se chama o País Vasco em euskera) acima de qualquer coisa. Acho que isso os tornam muito mais originais, sem justificar, ÓBVIO, o radicalismo de muitos.

É isso... Escrevi demais e passei do atraso.
A foto daí de cima é do Casco Viejo, que tá no nosso pensamento o tempo todo!
Por enquanto, sem fotos. As fotos do aniversario conjunto e do making-off do curta ainda nao passamos pro PC. Isso, em breve!
Vamos agora planejando o feirado de 06 de dezembro (acho que é o dia da Constituicao Espanhola), agora com uma tropa maior: Ugo tá chegando pra completar o time dia 30/11. Tamos querendo encontrar com Breno e Veca. Tem show dos Chemical Brothers dia 30 em Barcelona e dia 01 em Madrid. Tem planos também para dar um pulo nas terras patrícias, Portugal, ou mesmo tentar ir a Barcelona.

Bueno, chicos.

Aguuuuur

jueves, 8 de noviembre de 2007

Vejo saudade daqui...



















Saudade desse povo... De resenhar com eles todos os dias na varandinha. De marcar, de repente, um come-água no Julio Brega, comer o hot-morte mais decente do mundo. De quando todo mundo fica trêbado e comeca os papos putarias. Saudade dos encontros msnênicos para os trabalhos de cair cabelo. Principalmente, daquele contato de todo dia.

Oh saudade da molestia!
Faconianos de mi corazón!
P.S.: Lua, seu cao, faltou na foto. Ninguém mandou ir pra Alagode...

lunes, 5 de noviembre de 2007

Primeiro a decepcao, depois a festa

Fim de semana prolongado, com "puente" na quinta-feira.
Ebaaaaa! De mala e cuia na mao, saimos de casa na quarta-feira na intencao de viajarmos pra Galícia e matarmos as saudades dos nossos amigos faconianos B e Veca. 7 da matina, todos de pé. Corre pra lá, corre pra cá. Santurtzi-Bilbao-Termibus-Aeroporto. Loja de aluguel de carros. Nervoso. Agonia. DECEPCAO.

Viagem furada, rumo a faculdade. Computador a tarde toda. Mal-humor sem tamanho. O destino era passar o fim de semana em casa, enquanto todos estavam viajando. Tentamos encontrar solucoes, até uma viagem correndo pra Madrid-Salamanca, mas nao adiantava sair as pressas. Depois da onda de decepcao, só bastava uma coisa: afogar as mágoas. Entao, aproveitar a noite de Halloween nas ruas. Dar risada dos fantasiados, comer doces, beber... Foi provavelmente a última festa Erasmus. Apesar de ter sido incrivelmente divertida, com direito a doces, ser enterrado em plena boate, elas estao sendo cada vez mais cansativas. O mesmo povinho, a mesma coisa de sempre, aquela estrangeirada ouvindo musica ruim... Encontramos Francesca, nossa amiga italiana mais figura do universo, e fomos com os amigos bascos dela a uma outra boate. E digo que, definitivamente, Bilbao nao tem uma noite boa. Ou entao, nao sei onde estao perdidas as festas boas.

As 07h, voltamos. Depois de horas de sono, e sem a mínima vontade de ficar em casa - nossa casa agora é sinal de saudade ou sinonimo de nada para fazer - resolvemos fazer aquele passeio na Gran Vía e comecar a pensar no armário pro inverno. Fomos comprar tambem o presente de Dona Nina Maria, que completou suas 21 primaveras no domingo. Mas essa menina é a maior curiosa do mundo e acabou dando chilique quando viu eu e Tici tentando comprar o presente em segredo. Achou qualquer outra coisa menos que estavamos armando uma pro seu aniversario. Fomos esconder o presente na casa de Moritz (alemao), acabamos forcados a comer uma massa com beringela com ele. Por nossa conta, vimos um filme argentino chamado Ciudad en Celo.

Entao, chegou o sábado. O dia de arrumarmos uma FESTA surpresa pra Maria, que andava triste pelos cantos pelo primeiro aniversário no outono. Pois saimos e compramos um monte de coisas. Decidimos fazer um jantarzinho pra algumas poucas pessoas. Cerveja, vinho, champagne e cerveja. A menu incluía uma parte brasileira e outra internacional: peixe grelhado com farofa (que minha mae me mandou... e que tá matando uma saudade!!) e vinagrete; depois stronoff de frango com arroz e batata palha. Jóóóder!!! Comemos un "mogollón", como diriam eles. Bebemos um mogollón também. Até ensinamos pros estrangeiros - por sinal, a maior mescla: alemao, italiano, polaco e frances! - a brincar de "beber água".

Ontem, fomos dar um passeio em Plentzia, uma cidade de praia toda arrumadinha que fica a uns 30 minutos daqui. Se vai de metro, e ir pra praia de metro é a coisa mais estranha do mundo, mesmo com o tempo de ontem: ceu cinza, vento forte, frio de 14º. Todo mundo no agasalho... Passeio gostoso, só os tres, tirando fotos, no nosso ritmo de sempre, nas conversas boas de sempre. Bem que o italiano me falou que eu tenho as melhores companheiras de piso. Companheiras de piso, de amizade, de vida... Finalizamos com um café cappuccino improvisado em Santurtzi, e claro, Heroes antes da segunda-feira comecar.

Agora, fotos!
Seguidas, tem do nosso dia de "compras" em Bilbao [2], do aniversario de Maria [6] e do passeio em Plentzia[6]. Aprovechen!

Agur!

[ o ]*